Elegia
Elegia
Book Excerpt
ANNO M. DCC. XC.
_Com licença da Real Meza da Commissão Geral
sobre o Exame, e Censura dos livros._
+ELEGIA.+
Horridas sombras, horridos vapores,
Que enlutais estes ares carregados
Por onde vão fogindo os meus clamores;
Sinistras Aves, que funestos brados
Espalhais de Cyprestes luctuosos,
Pela negra Tristeza bafejados;
A vós consagro os prantos dolorosos,
Que meus olhos derramão contra a dura,
Antiga ley dos Fados poderosos;
Antiga ley, que á feia sepultura
Arroja sem respeito, e sem piedade
A Virtude, a Grandeza, a Formosura!
Aspera ley, que a pobre Humanidade
N'um momento, n'um átomo arremessa
Ao centro da medonha Eternidade!
Tremendissima ley, que tão depressa
Troca em ais, e desgostos a alegria;
Troca a Purpura em luto, o solio em Eça.
Ah! Nunca amanhecera o cruel dia,
Esse dia fatal, que tu seguiste,
Noite de espanto, noite de agonia.
Téjo, que foste da Tragédia triste
O Theatro infeliz, que he do Thesoiro,
Que a meus olhos saudosos encobriste?
Ah! Não blazones das arêas de oiro,
Se em ti contens o Heróe, que ao proprio Marte
FREE EBOOKS AND DEALS
(view all)Popular books in Poetry, Fiction and Literature
Readers reviews
0.0
LoginSign up
Be the first to review this book