Os Sinos
Book Excerpt
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Depois saiu o noivo, e ó Crueldade ignara,
Irradiára a razão nos olhos de Leonor,
E a grande flôr divina, a flôr mimosa e rara
Reconheceu no noivo o seu primeiro amor.
Caminhavam os dois, gloriosos, triunfaes,
Rodeados d'uma aureola etherea, luminosa,
Entre os alegres sons dos sinos festivaes,
Numa expansão d'amor profunda e victoriosa.
Pelo braço um do outro, altivos, orgulhosos,
Iam cheios de gloria e cheios de esplendores,
Inundava-os o sol em beijos luminosos
E as creanças, sorrindo, atiravam-lhes flôres.
E no tragico assombro, a triste doida então,
A pobre bella e Santa, a timida Leonor,
Sentiu despedaçar-se o terno coração
No convulso derruir titânico da Dôr.
No olhar lhe fusilou uma colera santa,
Recup'rára a Razão pa