Os Pobres
Os Pobres
Precedido de uma Carta-Prefácio de Guerra Junqueiro
Book Excerpt
as ao Universo, para lhe descobrir a essência e natureza íntima, e desde que a lei do Universo é o predomínio do mais feroz e do mais forte, toda a imensa humanidade, tumultuosa e vária, se resume logicamente em dois homens apenas: o algoz e a vítima, o homem que sofre e o homem que faz sofrer. Os bons são os que padecem. A miséria, mesmo sinistra e delinquente, é já um principio de virtude. Nenhum dos ladrões, nenhuma das prostitutas do seu poema resvalaram ao vicio ou ao crime por vontade própria, por fatalidade fisiológica. Obrigou-os a fome, calcou-os a injustiça. A sua infâmia e a sua ignominia é a avareza ou a luxúria dos homens opulentos e devassos. Todos os ricos, ainda os caridosos, são perversos, e todos os miseráveis, ainda roubando ou esfaqueando, são criaturas boas, porque são vítimas dos primeiros. Os retratos dos benfeitores do seu hospíc
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